sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Aula 1 do quarto bimestre

Seguem aqui os slides do quarto bimestre, em que organizamos o restante do curso, incluindo o Projeto Wikipédia, e começamos a ver, a partir da leitura do texto clássico de Max Weber, o funcionamento do Estado e as razões da política.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Não editem seus verbetes ainda

Oi pessoal! Não é ainda a hora de editar os verbetes que lhe foram designados na Wikipédia. Isso inclui inserir imagens! Faremos isso no decorrer do bimestre, com cuidado. Toda edição deve ser feita na página de testes, como exposto nas instruções.

sábado, 24 de setembro de 2016

Próxima aula: Estado e poder 1

Bom dia, apenas um aviso, que dei às vezes em sala de que na semana que vem iniciamos nosso bimestre sobre Estado e poder. É um tema clássico da ciência política e começaremos com um dos textos mais clássicos de todo, "Política como vocação", de Max Weber. Acompanhem esta e outras aulas a partir do plano de aula, divulgado no início do semestre.

Estado e política: visão clássica

Texto obrigatório:

* Weber, Max. "A política como vocação", em HH Gerth e CW Mills (eds.), Ensaios de Sociologia, Zahar, s/d. Disponível em: http://goo.gl/miwzSn

Texto sugerido:
* Reis, Fábio Wanderley, “Três temas Weberianos”, Revista Cult, 124. Disponível em: http://goo.gl/ULNYJ6 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Duplas: saída fotográfica

Oi, pessoal! Tenho sido procurado por alunas/os com receio -- justificado! -- em relação à segurança nas saídas fotográficas. Alguns avisos:

1- Montei duplas para a realização dessas tarefas. Entendam-nas como uma base de apoio. Entrem em contato, para que possam fazer as saídas juntos/as.
2- Se não for possível estabelecer um contato ou entrar em acordo de agenda com sua dupla, avise-me, pois poso tentar mobilizar algum voluntário wikipedista para acompanhá-lo/a. Faça esse pedido o quanto antes, na página de discussão.
3- Se sua dupla não for uma alternativa e, apesar de ter feito um contato comigo na página de discussão, não houver a possibilidade de um voluntário te acompanhar, não se coloque em risco.

Entre em contato comigo em caso de dúvida.

Notem que o oficineiro Rodrigo Argenton disse estar disponível para saídas fotográficas. Basta entrar em contato com ele. Vejam mensagem dele, aqui.

Boa sorte!

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Tarefa 4 do Projeto Wikipédia: contribuir com o Wikivoyage

Por favor, faça o login com seu nome de usuário, antes de editar no Wikivoyage no contexto de nosso curso. Seu nome de usuário e sua página de contribuições têm de estar salvos nos documentos disponíveis aqui, de acordo com sua turma. Nossa página na Wikipédia está aqui.

Instruções
Feito o preâmbulo -- esteja logad@! --, vamos seguir com nosso Projeto Wikipédia, agora com a melhoria do conteúdo sobre o patrimônio histórico no guia de viagens colaborativo Wikivoyage. Há algumas diferenças em relação ao modo como se edita na Wikipédia. Cada estudante deverá contribuir sobre o bem cultural que lhe foi designado. 
Quatro instruções antes de passar a tarefa:

1- Esteja logad@! É só quando você está com sua autenticação feita que consigo identificar sua contribuição.
2- Leia o material de introdução ao Wikivoyage, disponível aqui, aqui e aqui. Há explicações detalhadas de como contribuir nessa plataforma.
3- Tenha certeza de estar contribuindo no local apropriado. O Wikivoyage organiza-se a partir de bairros (listados abaixo).

4- A realização dessa tarefa equivale a no máximo um ponto e meio dos sete pontos e meio totais que serão dados ao Projeto Wikipédia no quarto bimestre. O prazo máximo para essa tarefa é, para quem está no noturno, 26 de outubro e, para quem está no diurno, 28 de outubro.

A Tarefa 4 consiste na contribuição no Wikivoyage sobre o 
bem cultural que lhe foi designado na página do curso, aqui. As contribuições precisam estar de acordo com as orientações do Wikivoyage.

O objetivo da contribuição é contribuir com a identificação turística do bem cultural que lhe foi designado. São importantes informações como endereço, possibilidades de acesso e outros detalhes de visita. Vejam, por exemplo, as contribuições sobre a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e o Museu de Anatomia Veterinária, na seção Veja sobre Butantã e Morumbi.

Onde contribuir
O Wikivoyage é organizado por áreas da cidade. Sua contribuição será necessariamente na seção Veja em cada uma dessas áreas, abaixo. Tenha certeza de estar contribuindo na área correta. Em caso de dúvida, comunique-se na página de discussão do curso.

CENTRO
Centro Histórico
Higienópolis, Pacaembu, Perdizes e Lapa
Paulista e Jardins
Vila Madalena e Pinheiros
Itaim Bibi, Vila Olímpia, Moema e Vila Nova Conceição
Liberdade e Aclimação
Vila Mariana e Ipiranga
ZONA OESTE
Butantã e Morumbi
ZONA SUL
Brooklin, Campo Belo e Berrini
Santo Amaro, Socorro e Interlagos 
Saúde e Jabaquara
ZONA LESTE
Moóca, Tatuapé e Jardim Anália Franco
ZONA NORTE
Santana, Vila Guilherme e Cantareira

Avise-me na página de discussão do curso, se seu bem cultural estiver em outra área não listada acima.

Como contribuir

1) Verifique que seu bem cultural já não está listado na área de interesse na seção Veja.
2) Se não estiver listado, ao lado do título da seção Veja, clique em "[adicionar item]". Basta preencher todas as informações que conseguir, usando como modelo a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e o Museu de Anatomia Veterinária, na seção Veja sobre Butantã e Morumbi.
3) Se já estiver listado, ao fim da informação disponível sobre o bem cultural haverá uma marcação de "editar". Clique nesse botão e preencha todas as informações que conseguir, usando como modelo a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e o Museu de Anatomia Veterinária, na seção Veja sobre Butantã e Morumbi.
4) Insira uma fotografia, se já não houver uma para o bem cultural que lhe foi designado. Para isso, uma vez listado o bem cultural clique, ao lado da seção Veja, em "[editar código-fonte]". Com isso, terá aberto a página onde se insere o código que gera a página wiki. Ache no código sua contribuição e, logo após o asterisco, insira a imagem, usando o seguinte código: [[NOME DO ARQUIVO|thumb|right|LEGENDA CURTA.]] . Por exemplo, seção Veja sobre Butantã e Morumbi, adicionei a imagem correspondente ao Museu de Anatomia Veterinária, ao escrever: [[File:Museum of Veterinary Anatomy (FMVZ USP) 07.jpg|thumb|right|Museu de Anatomia Veterinária, na USP.]] . A marcação "thumb" indica que quero um box ao redor da imagem (o padrão) e "right" que a imagem deve ficar à direita (o padrão). Use uma imagem que você mesmo/a tirou, preferencialmente.

Dica: para gerar o código da imagem que lhe interessa, veja que o Commons lhe dá uma ajuda. Aqui está a imagem que usei para ilustrar minha contribuição no Museu de Anatomia Veterinária. Veja que logo abaixo do título da imagem (no caso, File:Museum of Veterinary Anatomy (FMVZ USP) 07.jpg), há um menu horizontal, em que aparece o símbolo da Wikipédia e "Use this file". Ao clicar nisso e optando pela opção "thumbnail" surgirá quase perfeitamente o código que precisa ser inserido para gerar a imagem.

Expectativas e prazos
Serão consideradas contribuições de qualidade aquelas que inserirem todas as informações possíveis -- de acordo com a possibilidade de cada bem cultural (há alguns que não são abertos para visitação, por exemplo, e não será exigida a informação de visitação, obviamente).
Receberá nota máxima quem inserir todas as informações possíveis, além de carregar uma foto de ilustração (a não ser em casos em que já haja uma foto). Receberá 0,5 sobre 1,5 quem fizer um trabalho incompleto. Não pontuará quem não fizer o trabalho ou o fizer fora do prazo.
Esta etapa do Projeto Wikipédia equivale a 15% da nota bimestral.
O prazo máximo para a realização desse trabalho é dia 28/10 para o noturno e 30/10 para o diurno. Não serão considerados trabalhos atrasados, em hipótese alguma.

Inserção de link na tabela de controle
Seu link individual de contribuições no Wikivoyage deve ser carregado no respectivo documento de sua turma. O link de contribuições aparece no menu superior, na Wikimedia Commons, quando você está logad@. Verifique o link para sua turma, aqui. (Cuidado: a coluna em que deve ser colocado o link pode não aparecer imediatamente quando abrir o GoogleDoc; está mais à direita, na sequência da página.)

Dúvidas
Todas as dúvidas devem ser tiradas na página de discussão do curso, aqui. Não deixem a realização dessa tarefa para a última hora, pois as dúvidas serão tiradas apenas quando houver tempo suficiente.

domingo, 18 de setembro de 2016

Slides da aula 4

Seguem aqui os slides sobre as bases materiais da desigualdade de gênero. Desculpem o atraso.

Regras eleitorais e eleições

9/18/2016 Novas regras de financiamento e uma tipologia de nossos políticos - 18/09/2016 - Ilustríssima - Folha de S.Paulo
Novas regras de financiamento e uma tipologia de nossos políticos
BRUNO P. W. REIS
ilustração JANAINA MELLO LANDINI
18/09/2016 02h03
RESUMO O autor, que participou de Seminário Ilustríssima­Cebrap (16/8), expõe sua visão sobre o sistema eleitoral, cujas regras (não apenas as novas, de financiamento) mostram­ se problemáticas. O texto analisa a crise atual, traz sugestiva tipologia da classe política e questiona ainda aspectos da Operação Lava Jato.
Gustavo Gadelha
"Ciclotrama 43 (Impregnação)", de 2016
Depois de vivermos, entre 1995 e 2012, o período mais estável da história política brasileira, com resultados econômicos e sociais relevantes para exibir, iniciamos a campanha eleitoral deste ano num quadro francamente preocupante.
Com a economia estagnada já há alguns anos e a elite política quase inteiramente ameaçada por uma interminável investigação judicial publicamente imbuída do propósito ingênuo de "passar o país a limpo", o Congresso Nacional, sob a batuta de um inimigo do governo, derivou ao longo de 2015 (e depois obstinou­se em 2016) rumo à consumação de
um impeachment presidencial profundamente contestado, que aguçou de maneira dramática uma polarização política que já vinha se agravando lentamente desde 2006.
Neste momento, as perspectivas são de incerteza não só quanto à dinâmica eleitoral no curto prazo mas também quanto ao vigor da eventual recuperação econômica no futuro próximo, quanto à recomposição de alguma clivagem política estável, quanto à capacidade do sistema partidário prosseguir como fiador eleitoral e organizador do jogo parlamentar e, de maneira mais remota, até mesmo quanto à própria sobrevivência da ordem constitucional vigente.
Como viemos parar aqui? A narrativa predominante parece apontar o dedo para os vícios de uma elite política corrupta, propensa a uma relação predatória com uma sociedade que, passiva, a sustenta com seus impostos, e, desinformada, com seus votos.
Nesse relato, a existência desses políticos parece saída do nada, talvez de alguma propensão atávica dos brasileiros para a vigarice. Ocorre, porém, que as estratégias dos políticos não são exógenas ao sistema institucional. Afinal, toda a elite política é rotineiramente selecionada em eleições periódicas, e, sendo assim, suas características, bem como os traços básicos do quadro partidário, não apenas decorrem das regras das eleições, mas são continuamente reforçadas por sua reiteração a cada ciclo. Os vencedores de ontem têm influência reforçada na seleção dos candidatos (e dos vencedores) de amanhã; os métodos que os elegeram ontem serão aprimorados amanhã etc. Insistir na tese da crise moral é antes sintoma de perplexidade intelectual, e nos condena à resignação, ajudando a eternizar nossos males.
Já há uns 20 anos a ciência política brasileira tem mostrado que, apesar do grande número de partidos representados, o sistema político brasileiro seria relativamente funcional na operação do Congresso Nacional, com plenários predizíveis a partir de alinhamentos partidários, maiorias viáveis construídas com os recursos institucionalmente disponíveis para a Presidência da República e uma rede de instituições de controle cada vez mais apta a vigiar a conduta dos protagonistas.
Contra certa ortodoxia vigente até ali, o caso brasileiro mostrou, pelo menos por duas décadas, que um regime presidencialista multipartidário pode, em princípio, ser viável, ainda que isso talvez exija uma concentração excepcional de responsabilidades na Presidência da República. Por mais que nosso presidencialismo de coalizão possa mostrar­se operacional em vários aspectos, porém, é preciso admitir que nosso sistema eleitoral é de fato atípico, pela presença de uma conjunção bastante específica de características, e não por acaso termina por ocupar o cerne da face mais estrutural da crise.
Em primeiro lugar, adotamos um sistema proporcional com listas partidárias não ordenadas em distritos de grande magnitude (distritos únicos nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais, e bancadas estaduais de até 70 membros na Câmara dos Deputados). São raros os países com representação proporcional que não ordenam previamente (ainda que de maneira flexível) suas listas partidárias. Quando o fazem, ou têm distritos pequenos (como o Chile, que acaba de elevar a magnitude média de seus distritos de 2 cadeiras para próximo de 5) ou são países de população pequena (como a Finlândia, que tem 5 milhões de habitantes e ainda distribui a representação em 15 distritos com 6 a 21 deputados, exceto Helsinque, com 35).
Assim, a experiência de nossas eleições para câmaras e assembleias legislativas, disputadas por centenas ou mesmo milhares de candidaturas individuais, em distritos com milhões de eleitores, é peculiar ao Brasil. Esse já é, por si só, um cenário precariamente governável pelos tribunais eleitorais, que serão forçados a exercer controles das contas das campanhas (individuais, centenas delas) apenas por amostragem ou denúncia.
Mas a natureza atípica do nosso sistema eleitoral se completa com uma grave anomalia na regra do financiamento das campanhas: só no Brasil o teto para o doador é um percentual de sua renda.
TETO
Cerca de 40% dos países impõe algum teto às doações. Nesses casos, ou o teto é um valor nominal (em moeda sonante ou unidades fiscais), ou ele é um percentual (tipicamente baixo, de 2 a 5%) do teto nominal de gastos autorizados na eleição. Em ambas as modalidades há um valor nominal para o teto vigente em cada eleição, o que impõe uma pulverização significativa das fontes de recursos.
Já nossos tetos percentuais tendem de fato a concentrar as fontes –pois acabam incidindo, concretamente, sobre o pequeno doador. Dinheiro importa em qualquer eleição, claro. Mas, em nosso peculiar cenário de candidaturas individuais pulverizadas, seu peso é magnificado.
Na massa anônima de candidaturas individuais semi­invisíveis, o candidato que já não tiver um reduto (social ou geográfico) prévio, ou que não seja uma celebridade exterior à política, vai precisar basicamente de muito, mas muito dinheiro para operar a saturação publicitária necessária para fazer do seu número um "top of mind" entre os eleitores na hora de votar.
Gui Gomes
"Labirintos Rizomáticos Série II C ­ Vermelho" (2015)
Se nesse sistema hiperpovoado de candidaturas ainda concentramos as fontes viáveis de financiamento relevante, terminamos por produzir um fenômeno muito atípico: tomamos um quadro em que a experiência internacional tende a exibir meia dúzia de candidatos disputando milhares de doadores, e produzimos um quadro, único, em que milhares de
candidatos disputam meia dúzia de doadores potencialmente relevantes. Pulverizamos a demanda e concentramos a oferta de financiamento.
Além da vantagem até mnemônica que a lista aberta em distritos grandes por si só concede à candidatura com mais dinheiro, ainda acrescentamos sobre isso uma forte concentração de influência política em poucos, grandes financiadores. Damos uma vantagem insuperável a quem conta com financiadores poderosos (ou a candidatos que já sejam milionários), num sistema precariamente governável pelos tribunais eleitorais e fortemente inflacionário pela competição entre centenas de candidaturas individuais.
Só por milagre não produziríamos um jogo cada vez mais corrupto. Mas, nesse enquadramento, a corrupção resultante não é um atributo intrínseco aos políticos, como se eles fossem marcianos que do nada se materializassem a cada quatro anos em nossos mandatos eletivos. Se considerarmos que a seleção da elite parlamentar é endógena ao sistema político, vemos que, mais que proteger a sociedade contra políticos bandidos, precisamos mesmo é blindar o sistema político contra a face mais bruta –e monetizada– do conflito de interesses na sociedade.
Diferentes regras eleitorais vão, como se sabe, produzir diferentes vencedores. E nosso sistema tem um viés de seleção adverso, peculiarmente sensível ao gasto de campanha, que favorece o poder de candidatos ricos ou de grandes financiadores, induzindo a ascensão de candidaturas dóceis a esses interesses. Ou corrompidos, se quisermos alargar o sentido do termo para além de sua tipificação legal.
Infelizmente, a proibição recente das doações por pessoas jurídicas deixou de tocar no cerne de nosso problema.
Mesmo sem as empresas, nossas superpovoadas eleições de deputados e vereadores continuam a ser concursos de "top of mind", profundamente dependentes de saturação publicitária (e portanto de dinheiro), precariamente fiscalizáveis, politicamente ininteligíveis e –ainda– fatalmente capturáveis por grandes financiadores, mesmo que sejam pessoas físicas. E continuarão assim enquanto o sistema eleitoral tiver candidaturas individuais em distritos de tamanha magnitude e população, e enquanto a origem das doações estiver concentrada pelo infame teto brasileiro –um percentual da renda do doador.
Com a exclusão das empresas, os gastos agora vão diminuir, mas não há muitas razões para esperar que diminua a relação entre gasto e voto, favorecida por nosso intocado sistema eleitoral. E, mais que o volume de gastos, essa relação é o que importa, pois indica o peso do dinheiro na definição do resultado eleitoral. Mas há outros motivos de preocupação, talvez mais graves. A coincidência entre a supressão das doações por empresas, que está produzindo considerável escassez de recursos nas campanhas, e o enfraquecimento (pela Lava Jato) do peso da identificação partidária na indução do voto tende a produzir um cenário de baixa identificação partidária, favorecendo aventureiros milionários e, pior ainda, o crime organizado estritamente considerado: o tráfico de drogas e de armas, milícias, bicheiros etc.
Isso sequer dependeria de esses atores perceberem ou não uma oportunidade na atual conjuntura. Esse submundo sempre está presente, em escala mais ou menos reduzida, nos bastidores de algumas campanhas, nas franjas do sistema de representação.
Num contexto, porém, em que mesmo doações legais foram tomadas como prova de crime, a retração dos doadores tende a ir além da proibição das empresas, e muitos doadores tradicionais evitarão correr esse risco, mesmo como pessoas físicas. Se o dinheiro subitamente se torna escasso, mas não há razões para esperar que ele se torne menos importante para o resultado, quem restar na cena como fonte de dinheiro tenderá a ter sua influência aumentada. E quem será temerário o bastante para aceitar o risco de ir para a cadeia por corrupção ativa? Infelizmente, talvez quem já esteja implicado em crimes mais graves, como homicídio ou tráfico.
TIPOLOGIA
Como partidos são organizações, e têm incorrido em práticas ilícitas no financiamento de suas campanhas eleitorais, nossos procuradores, juízes e a imprensa têm recorrido à expressão crime organizado, me parece, com excessiva liberalidade para se referir aos implicados na Lava Jato. Pelas razões expostas no parágrafo anterior, porém, penso haver matizes importantes a serem observados neste artigo, e sugiro distinguir os políticos em cinco categorias no que diz respeito à sua relação com a moralidade, a lei e, ocasionalmente, práticas criminosas.
1. Os incorruptíveis, que não apenas seguem a lei, mas se recusam até mesmo a se permitir conveniências como indicações legais de aliados para empregos e favorecimentos diversos. Operam apenas no plano do embate de ideias e, aristocraticamente, desprezam clientelismos e fisiologismos. Improvável que pareça, essas pessoas existem. De um ponto de vista democrático, porém, chegam a ser indesejáveis, pois nenhum eleitorado pode controlá­las, já que são desapegadas do poder, e terminam por serem maus representantes da vontade alheia, já que só fazem o que elas mesmas acham certo. Seja como for, perdem eleições. Poderemos ignorar essa categoria sem muito risco de comprometermos a tipologia.
2. Atores politicamente engajados, partidários, estrategicamente atuantes em favor de seu partido ou sua causa, mas nos limites estritos da lei. Promoverão os interesses de aliados, ocasionalmente bancarão indicações para cargos e empregos. Aceitarão, em suma, o jogo fisiológico se for preciso, mas não incorrerão em ilegalidades. Jogam o jogo, mas seu limite é a lei. Nunca é demais lembrar: fisiologismo não é igual a corrupção.
3. Categoria média, tipo médio e, com toda probabilidade, predominante. Joga o jogo com realismo cru, e trata de ganhar. Lança mão, para isso, do que for preciso. Admite, para tanto, recorrer a ilegalidades. Compactua com atos ilícitos, e vez por outra incorre neles pessoalmente. Mas sua prioridade ainda é política: está na luta, comprometida com ela, e quer vencer. Talvez nem se lembre mais exatamente qual era sua causa no início de tudo. Mas profissionalizou­se, sabe seu lado, reconhece e cumpre seus compromissos, promove seus aliados, e luta pelo poder. Tipicamente, um conservador –senão na plataforma, no estilo: acima de tudo, sua prioridade é preservar sua posição no sistema político a longo prazo, se possível para a vida toda. Acomodatício, cultiva aliados e evita riscos desnecessários.
4. O larápio. Originariamente um político, mas quer ficar rico, e se utiliza do poder para faturar. Não perde uma chance de embolsar, admitindo até mesmo o risco de arcar com algum prejuízo político, algum desgaste na reputação, se a grana compensar. O arquétipo do corrupto.
5. O testa de ferro do crime organizado. Sua preocupação não é, talvez jamais tenha sido, prioritariamente política. Não é um político que eventualmente se corrompeu. É um criminoso (ou um cúmplice de criminosos) que foi à política para promover os interesses da atividade criminosa. Seus compromissos residem antes na organização criminosa que no partido. Tem inimigos, mais que adversários, e os confronta com destemor peculiar. Agressivo, aceita riscos políticos maiores que os demais, porque sua rede de proteção reside fora da política. Preocupa­se pouco com a segurança de sua posição a longo prazo. Tende a ser corrosivo para o sistema político, ocasionalmente desestabilizador.
Os tipos 3,4 e 5 praticam crimes. Talvez organizadamente. Mas, representante do crime organizado, propriamente dito, com todo seu potencial destrutivo para a ordem política e social, é o último. Todos eles devem ser contidos e, caso processados e condenados, devem ser punidos, na forma da lei.
Devemos apenas cuidar de evitar que, ao enchermos as cadeias com 3, terminemos por encher os plenários legislativos com 5. O 2 é, em princípio, um cumpridor da lei, embora
ultimamente corra certo risco de ver seu critério de definição de legalidade reinterpretado ("ex post") por algum procurador ou juiz especialmente obstinado. Pode acabar por descobrir­se confundido com 3 ou 4 –ou mesmo 5.
Também por tudo isso, pode­se dizer que a condução da barganha parlamentar, mesmo a dita fisiológica (e dentro dos limites de sua presumível legalidade) é uma responsabilidade da chefia do governo. Se deixar esse mercado correr solto, a Presidência abre o campo para algum aventureiro (talvez do pior tipo) se imiscuir e constituir­se como fonte alternativa –e predatória– de patronato político.
Além do erro de julgar­se acima dos efeitos da Lava Jato e da condução temerária da economia, Dilma Rousseff foi derrubada também por sua relutância em compreender, aceitar, respeitar e, assim, qualificar­se a conduzir esse jogo. A certa altura, viu­se em posição vulnerável em todos os flancos: na economia, na opinião pública e também no Congresso. Ficou ao sabor das tempestades. Sua debilidade encorajou seus adversários (sobretudo os internos) a irem em busca de uma oportunidade de se livrarem dela. E subitamente nos vimos de novo lançados num velho Brasil onde a interrupção de mandatos era antes a regra que a exceção.
A queda da presidente é o evento mais espetacular da crise. Do ponto de vista de um diagnóstico, porém, o impeachment é o aspecto mais fortuito, intrinsecamente imprevisível com antecedência, e em princípio atribuível a uma vasta convergência de circunstâncias relativamente independentes entre si. Nesse enquadramento, ele é antes um grave subproduto da crise mais estrutural, com a qual convivemos já há alguns anos, e que tem na Lava Jato sua principal manifestação: um choque duradouro, potencialmente catastrófico, entre o paulatino fortalecimento das instituições de controle desde 1988, de um lado, e as práticas induzidas pelo sistema eleitoral, do outro. E é preciso o devido senso de perspectiva no exame desse choque.
SEM VITÓRIA
Sim, o combate permanente à corrupção é um traço indispensável ao Estado de Direito. Mas, justamente por isso, é preciso ter em mente que ele não se presta a vitórias cabais, pois –embora possa sempre ser reduzida– a corrupção não pode ser erradicada. Pois a lei deve arbitrar nossas disputas, e sempre haverá interessados que estarão dispostos a burlar a lei para evitar eventuais derrotas. Assim como não há programa antivírus que possa erradicar todo vírus de computador, tampouco haverá legislação ou procedimento aptos a erradicar a corrupção.
O combate à corrupção é tarefa permanente do Estado, e a longo prazo seu sucesso decorrerá de contínuo e paciente aperfeiçoamento burocrático, com a fixação de rotinas de controle e a permanente detecção de novas práticas ilícitas.
Operações ambiciosas de limpeza abrupta tenderão antes a se mostrar contraproducentes a longo prazo, pela fixação de precedentes talvez insustentáveis, pela insegurança jurídica decorrente e, no limite, pela própria desestabilização política eventualmente induzida. Pois é a vigilância mútua produzida pela competição partidária, corrupta que seja, que ironicamente constitui a base sobre a qual se assenta a cristalização institucional e a consequente autonomização burocrática hoje exibidas pelas instituições de controle.
Petistas vigiando tucanos e tucanos vigiando petistas constituem um lastro político fundamental para as instituições de controle. Nossos bravos procuradores, juízes e delegados, ao buscarem limpar o sistema, zerar o jogo, inspirados pelo combate à máfia (de onde se importou a metodologia da delação premiada), estão serrando o próprio galho político­institucional sobre o qual se apoiam. E, em caso de desestabilização mais aguda da disputa política, é quase certo que o sistema saia pior na outra ponta. Logo, seria importante evitar o naufrágio ao tentarmos consertar o navio.
Para tanto, é muito importante a preservação de um quadro de referências partidárias minimamente estável. Por mais difícil que seja a constituição das maiorias necessárias, sistemas eleitorais se mudam numa penada, por votação no Congresso. Sistemas partidários, porém, não se criam por decreto, antes decantam ao longo de décadas –se tudo der certo. E constituem um lastro social fundamental da estabilidade de uma democracia, na medida em que organizam a competição eleitoral e propiciam uma elite política interessada na manutenção do regime. O nosso, com seus vinte e tantos partidos no Congresso, já não é uma maravilha, mas é o que temos.
O traço mais preocupante do cenário atual reside no fato de que hoje a maioria da população ficaria feliz em mandar todos embora, e que uma vasta fatia dos melhores e mais preparados quadros de nossas agências de controle esteja cotidianamente empenhada, de modo metódico, disciplinado, sincero e patriótico, em produzir, inadvertidamente, o pior resultado possível.
BRUNO P. W. REIS, 51, é professor de ciência política na Universidade Federal de Minas Gerais.
JANAINA MELLO LANDINI, 41, arquiteta e artista plástica, está em cartaz na coletiva "Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio", no Museu da República, no Rio, até 2/10.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Lembrete: tarefa 2

A tarefa 2 do Projeto Wikipédia, explicada aqui, tem de ser realizada até hoje para as turmas do noturno. Atualizei as notas do JOC e do JOC. Se sua nota não apareceu ou você não fez a tarefa ou ainda não a fez ao ponto de atingir nota máxima. O prazo máximo para as turmas do noturno é hoje, às 23:59. Para o noturno, a oficina de fotografia e Wikimedia Commons é amanhã, a partir das 17h.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Texto de Simone de Beauvoir: novo link

Oi! Recebi duas mensagens sobre problemas para baixar o texto da Simone de Beauvoir. Diminuí o tamanho do arquivo. Quem estiver com dificuldade veja o texto aqui. Bom estudo!

Premiação para fotos sobre patrimônio

Pessoal! Acaba de ser publicado um prêmio na Wikimedia Commons para fotografias de bens tombados. Podem ser submetidas imagens de vários dos bens culturais com os quais estão trabalhando.
Essa atividade não é organizada por nosso Projeto Wikipédia, mas está evidentemente muito próxima. Vejam as instruções aqui. Há uma lista de bens que podem participar aqui. Dados da premiação estão aqui.
Para quem decidir participar, boa sorte!

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Na Wikipédia, o estudante insere-se na produção do conhecimento: uma entrevista com Sergio Amadeu

sergio_amadeu_2015
Sergio Amadeu, em 2015 (Tânia Rêgo/ABr , CC-BY, Wikimedia Commons)
Por Lucas Teles
No dia 19 de agosto, o sociólogo Sergio Amadeu dispôs um pouco de seu tempo para nos conceder uma entrevista. Sergio Amadeu é graduado em Ciências Sociais e doutor em Ciências Políticas pela USP, defensor e divulgador do software livre e da inclusão digital no Brasil e nos contou sobre suas opiniões acerca do uso de plataformas livres na educação, incluindo a Wikipédia. Outros tópicos, como neutralidade e anonimato da rede, também foram mencionados. Disponibilizamos também o áudio da entrevista.
Lucas Teles — Qual a sua opinião sobre a Wikipédia?
Sergio Amadeu — A Wikipédia é um exemplo do potencial colaborativo das redes digitais e também ela mostra que a colaboração e o compartilhamento do conhecimento geram resultados inigualáveis nas relações sociais. Depois que a Wikipédia surgiu nós tivemos certamente um ganho enorme porque o exemplo de práticas colaborativas que ela gerou se irradiou para várias outras áreas da ação social.
Do ponto de vista dos educadores, no Brasil, ainda nós exploramos muito pouco a Wikipédia. Eu tenho sempre que possível utilizado a Wikipédia nas disciplinas que dou. Eu sempre tento formar grupos e pedir pra que as alunas e alunos produzam verbetes importantes na Wikipédia de língua portuguesa.


Sobre o preconceito em relação ao uso da Wikipédia como pesquisa acadêmica e escolar

Sergio Amadeu — Eu considero que, quando a Wikipédia surgiu, as forças do mercado tentaram solapar a Wikipédia e divulgaram uma coisa absurda, dizendo que a Wikipédia era sem nível, era feita por qualquer um e, por causa disso, não tinha as qualidades de outras enciclopédias fechadas. Nós constatamos, com várias pesquisas, que, além de a Wikipédia ter um número de erros menor que outras enciclopédias, ela tinha também uma qualidade que as outras não têm. Por ela ser colaborativa, a correção de "bugs" e erros é muito mais rápida e que, portanto, o que estava ocorrendo era o espraiamento de um preconceito contra o compartilhamento de conhecimento e contra as práticas colaborativas, mas nós superamos isso.
A cultura da colaboração em rede precisa ser divulgada, disseminada a partir de oficinas, principalmente por educadores. Eu falo isso porque no meu modo de entender, quando você olha a Wikipédia de países com a população muito menor, os capítulos nacionais de outros países, você vê que eles têm uma população menor e tem um número de verbetes maior em sua própria língua. Isso mostra que a gente tem muito o que fazer e muitas pessoas não têm noção de que elas podem contribuir com a Wikipédia e muitos professores podem fazer uma orientação para ter qualidade os verbetes. Se uma parte pequena... 10% dos professores brasileiros ou professores em geral começarem a fazer verbetes pra Wikipédia, você imagina o ganho que nós teremos.
Seria bem legal se a gente pudesse criar uma grande onda de compartilhamento de conhecimento aqui no Brasil também, porque, sem dúvida nenhuma, a Wikipédia é uma plataforma pra isso.
Eu imagino que nós temos um grande trabalho pela frente que é envolver melhor os educadores brasileiros na produção, feitura de verbetes e de processos com as ferramentas "wiki". Eu vou iniciar duas aulas agora nesse terceiro quadrimestre e nas duas disciplinas eu vou procurar sempre como um dos trabalhos em grupo que nós organizamos com os alunos que eles tentem produzir verbetes originais, verbetes que obviamente não existam na Wikipédia e que sejam importantes, sejam no espírito de uma enciclopédia. Eu acho que não só eu posso fazer isso; vários educadores podem fazer isso; podem ter esse trabalho colaborativo online, esse trabalho de organizar algo que é pra sociedade, que fica disponível pra todo mundo, que pegue essa energia que você vai desenvolver numa sala de aula e coloque ele à disposição não só do aprendizado daqueles estudantes que lá estão, mas que também esses estudantes possam gerar um benefício social maior. Então, eu vejo que a gente tem muita coisa pra fazer. Eu sei que tem educadores que tem métodos mais sofisticados de uso da Wikipédia. Uma sugestão que eu até dou é que esses educadores possam fazer tutoriais curtos com vídeos pra incentivar os outros. Seria bem legal se a gente pudesse criar uma grande onda de compartilhamento de conhecimento aqui no Brasil também, porque, sem dúvida nenhuma, a Wikipédia é uma plataforma pra isso.


Lucas Teles — Então, você usa a Wikipédia para avaliar o trabalho que seus alunos fazem editando na própria Wikipédia?
Sérgio Amadeu — Sim. Nem todo trabalho dá pra ir pra Wikipédia, porque a Wikipédia não aceita trabalhos originais. Ela é uma enciclopédia e tem que ter referências. Uma parte das nossas discussões e trabalhos coletivos na sala a respeito de um tema, teoria ou conjunto de autores, pode ser colocada na Wikipédia, porque tem várias referências. Por exemplo, vou dar uma disciplina sobre ciberconflitos, uma disciplina do curso de relações internacionais, que é sobre a ciberguerra, os conflitos que infelizmente existem na internet. Por exemplo, a teoria do "drone". O estudo sobre os impactos do drone na guerra. Há já vários autores sobre isso. Isso cabe num verbete na Wikipédia. Então, você pode fazer um artigo falando o que é a teoria do drone, por que ele está sendo estudado para além da sua parte técnica, mas suas implicações no universo da guerra, no universo das sociedade, dos direitos humanos e aí por as várias referências pra isso. Isso é um trabalho que um grupo pode fazer; ele aprende com isso, tem o arcabouço teórico e ele produz algo útil pra outros estudantes. Eu acho que é possível utilizar em sala de aula. É legal um grupo de alunos ver seu trabalho sendo útil pra sociedade.
Lucas Teles — Alguns professores criticam a Wikipédia, ainda são um pouco receosos em usá-la e não a aceitam como fonte de estudo, nem mesmo fonte de partida para um estudo. Se alguns professores - que são pessoas que têm acesso à informação - são contra a Wikipédia, como a gente pode informar pessoas leigas e passar a elas essa noção de colaboração, cultura livre e difundir esse conhecimento?
Sérgio Amadeu — Eu acho que isso é um processo de esclarecimento. Eu acredito que a força do exemplo é que pode ajudar. Os professores que criticam a Wikipédia hoje não estão mais falando do nível da Wikipédia, até porque as outras enciclopédias que eles abordavam nem existem mais. O argumento agora é que a Wikipédia não é algo que possa ser copiado e colocado num trabalho. Então, eles estão receosos com a Wikipédia, porque eles acham que o aluno vai simplesmente copiar e colar o seu texto quase que praticamente tudo que ele encontrar na internet e em particular da Wikipédia. O que é a questão que ele está atacando? Ele está atacando na verdade a realização de um trabalho manual de simplesmente copiar e colar. Ele não está atacando a Wikipédia. O que ele precisa entender, inclusive, é que, se ele usar a Wikipédia para poder incentivar o aluno a fazer trabalhos mais inteligentes em que ele tenha que refletir e ele tenha que criar um verbete ou melhorar um verbete, aí ele vai estar efetivamente superando essa ideia de cortar e colar, que não nasceu com a Wikipédia.
O que eu acho é que o professor não pode mais vir com essa ideia de que o processo educativo simplesmente é um processo conteudista. Ele precisa inserir o aluno no mundo da produção, da reflexão e quando ele põe os alunos pra fazer artigos pra Wikipédia ou melhorar artigos pra Wikipédia ou traduzir artigos da Wikipédia de outras línguas, ele cria um processo que é de superação do copiar e colar. O educador está equivocado quando ele ataca a Wikipédia. A Wikipédia é uma das soluções que ele pode utilizar e não o problema dele.
Quando eu fazia o meu curso nas primeiras séries de escolarização, o professor mandava eu fazer um trabalho. Ele dizia assim: "Abre a enciclopédia e copia". A gente pegava uma folha de papel almaço e copiava o artigo na folha e entregava. Na verdade, o que o professor pedia era um recortar e colar mais lento. Agora, com a internet, isso ficou muito rápido e fácil. O que eu acho é que o professor não pode mais vir com essa ideia de que o processo educativo simplesmente é um processo conteudista. Ele precisa inserir o aluno no mundo da produção, da reflexão e quando ele põe os alunos pra fazer artigos pra Wikipédia ou melhorar artigos pra Wikipédia ou traduzir artigos da Wikipédia de outras línguas, ele cria um processo que é de superação do copiar e colar. O educador está equivocado quando ele ataca a Wikipédia. A Wikipédia é uma das soluções que ele pode utilizar e não o problema dele.
Uma outra coisa muito legal é que a Wikipédia permite a você, pulando de verbete em verbete, principalmente pra alunos dos primeiros anos escolares, mostrar como a ciência é construída. Eu já fiz uma vez pra uma turma jovem. Eu fui indo da Física da relatividade pra trás, pulando de verbete em verbete da Wikipédia. Aí o cara tem a noção de que o conhecimento é construído, que ele segue vários caminhos na rede. É muito legal fazer isso. Nós vamos conseguir ir esclarecendo esses processos para os professores. As críticas à Wikipédia já foram muito piores e já foram muito mais sem pé nem cabeça e hoje elas estão indo pra caminhos mais racionais, o que permite que a gente possa superar com mais facilidade.

Sobre trabalhos escolares e o processo de aprendizagem

Uma questão importante é o que dizem sobre o aluno não poder se basear na Wikipédia pra fazer um trabalho. Bom, ele pode se basear sim, porque a Wikipédia é uma obra de referência. Se ele não tem a mínima noção de Física quântica e ele ler um verbete estando o verbete  bem feito, vai ter as referências importantes dessa área pra ele ir atrás. A Wikipédia não é pra ele terminar o trabalho; a Wikipédia é pra ele começar o trabalho. Essa é a questão e é isso o que o educador vai começando a aprender também. Muitas vezes ele não dá um caminho estruturado ou uma alternativa mais clara pro seu aluno, pra pesquisa dele. E aí o aluno pode nem ir pra Wikipédia, mas ele vai copiar de outra enciclopédia ou de um site de resumos e isso é muito pobre. Pra ele fugir dessa fragilidade, ele tem que engendrar processos de aprendizagem. Ele tem que trabalhar junto com os alunos, mostrando que uma enciclopédia e outros textos de referência são apenas o início da jornada para o aluno conseguir elaborar uma reflexão sobre aquilo que é o seu trabalho, sobre o tema em que ele tá interessado.
O processo de aprendizado requer um esforço cognitivo. Se não, você não aprende. A Wikipédia dá o início pra esse processo cognitivo de ele pegar um assunto e ir atrás.
É o que eu costumo falar várias vezes: o processo de aprendizado requer um esforço cognitivo. Se não, você não aprende. A Wikipédia dá o início pra esse processo cognitivo de ele pegar um assunto e ir atrás. Então essa ideia de ir atrás, de aprender, de avançar é um processo também. Por isso, a Wikipédia permite criar esses processos novos de organização do aprendizado (nem tão novos assim) em que um aluno discute com o outro como resolver um problema, como aprender uma coisa nova, como buscar fontes. A Wikipédia abre essa possibilidade e essas críticas que existiam vão se reduzindo.


A Wikipédia e o seu valor econômico em comparação com outras redes sociais

Uma outra coisa fantástica que não tem a ver diretamente com o que a gente está falando, mas que é muito legal é o seguinte. A Wikipédia tem um valor econômico também, que é muito interessante. Como ela não é precificada, a gente não vende por acesso, não vende verbete, ela é mantida por um "crowdfunding", por uma "vaquinha", toda vez que precisa de dinheiro aparece aquela coisa pra gente contribuir, mas ela gera um impacto econômico gigantesco nas diversas sociedade e ela é a economia da colaboração.
Os velhos economistas só entendem da economia liberal de mercado. Ele não sabe quanta gente tá se beneficiando, tá tendo ganhos enormes por esse trabalho colaborativo e é um trabalho colaborativo diferente do que existe no Facebook, porque as pessoas que tão se divertindo, estão brincando, estão subindo conteúdo no Facebook estão remunerando o Zuckerberg só, estão precificando o Zuckerberg e ele tá vendendo os dados pessoais desses colaboradores, desses usuários do Facebook pra um monte de empresas que vão tentar depois modular o comportamento das pessoas com anúncios, com banners e tal. Na Wikipédia, não. A gente desenvolve tudo isso e o que eu dou eu também recebo. As pessoas que produzem estão em menor número, mas não há prejuízo pra essas pessoas e não há apropriação do seu trabalho pra uma finalidade privada, como é no caso do YouTube, do Facebook. Nessas plataformas, os conteúdos que elas têm são produzidos pelos seus próprios usuários. É como na Wikipédia. Só que a Wikipédia não privatiza o ganho desse trabalho colaborativo. O modelo dela é muito bom.
Nós, que estudamos a economia digital, falamos que o Facebook faz parte de um processo que alguns denominam de "extração de mais-valia 2.0". Olha que loucura... você faz o conteúdo. Mesmo quando você tá se divertindo, você tá produzindo conteúdo pra plataforma do Zuckerberg, você está levando o acesso pra aquela plataforma, avisando os amigos pra ir lá ver aquele conteúdo. Portanto, todo trabalho, mesmo quando você não está trabalhando, é feito pelos usuários e toda a apropriação de riqueza é feita pelo dono da plataforma. Ou seja, é uma extração de riqueza social e apropriação privada absurda. Na verdade, como é uma rede de relacionamento gigantesca, todos nós temos que estar nela. O que eu fico chateado é com alguns educadores que põem os trabalhos todos lá no Facebook e reforçam essa ideia de que aquilo é um lugar de todos e não é. Ele poderia utilizar as ferramentas da Wikipédia, Wikiversidade, Wordpress, blogs, que são feitos com software livre e que são acessíveis não só por quem tem que ter uma senha daquela plataforma e que tem que entregar seus dados pessoais, que é o preço que você paga por aquela gratuidade do uso da plataforma, entregar sua alma, seu perfil de comportamento, sua navegação na internet. Então, nós não temos isso na Wikipédia.
O educador, em vez de colocar coisas no Facebook, use a Wikipédia. Aqui não tem apropriação privada do comum naquilo que é a colaboração.
O educador, em vez de colocar coisas no Facebook, use a Wikipédia. Aqui não tem apropriação privada do comum naquilo que é a colaboração. Eu acho que a gente pode ir fazendo isso com nosso exemplo. Acho que a iniciativa de vocês é muito legal. Eu acho que os vários tutoriais poderiam ser simplificados e a gente fazer várias oficinas, mostrar as grandes possibilidades que nós temos com o uso da Wikipédia, que é o grande exemplo de práticas colaborativas junto com o software livre.
Lucas Teles — Aproveitando esse gancho do Facebook, a gente sabe que o Facebook faz alguns acordos com operadoras de telecomunicação pra oferecer acesso gratuito. A Wikipédia chegou a firmar algumas ações similares, especialmente na África, oferecendo acesso à Wikipédia gratuitamente através de uma determinada operadora. Muitas pessoas criticam esse acesso que a WIkipédia fornece por acreditar que isso talvez agrida a neutralidade da rede, que não seria a coisa mais correta a se fazer. A Wikipédia geralmente se defende falando que isso é feito por uma boa causa, que é um material educativo e pra muitas pessoas que não têm outra fonte de conteúdo. Qual a sua opinião sobre isso?
Sérgio Amadeu — Meus pais nasceram em Minas Gerais. Lá, tem um ditado que diz "Onde passa um boi passa uma boiada". Eu primeiro queria falar que esse modelo de negócios que criaram se chama "Zero Rating" ou "Franquia Zero" ele é muito perverso, ele concentra o tráfego em algumas grandes corporações. Se fosse só de projetos de fato não lucrativos, colaborativos, como a Wikipédia, eu seria a favor. Não vejo nenhum demérito. Pelo contrário, eu vejo todas as vantagens da Wikipédia em fazer isso, mas esse é o mundo ideal. Na realidade hoje, eles só dão acesso à Wikipédia pra poder dizer que eles precisam fazer a quebra de neutralidade e o modelo do Zero Rating para o Facebook para concentrar tráfego em grandes corporações. A Wikipédia ela tem que entender que ela tá sendo utilizada pra reforçar uma prática nefasta de concentração de audiência e que quando essa concentração se consolidar o que tá em risco é a liberdade na web e a própria Wikipédia vai tá em risco. Essa é a questão. Ou então ela vai ter que subordinar aos ditames ou de um grande grupo do Facebook ou da Microsoft, da Apple e aí nós vamos perder toda a riqueza que foi construída por milhares de pessoas do mundo até hoje.
A Wikipédia, se você analisar isoladamente, ela tá certa ao fazer algo assim, mas ao fazer algo assim ela tem que saber que ela tá reforçando uma prática nefasta de concentração de tráfego, de destruição da internet livre. Por isso, fazendo a ponderação, eu diria que ela deveria pular fora disso. No Brasil, eu sou contra. No Brasil, as operadores de telecom querem quebrar a neutralidade da rede. Se elas quebrarem a neutralidade da rede, vão destruir não só um modelo pelo qual a internet cresceu e veio até hoje; não vão só aumentar o custo da internet pra todos nós. Elas vão controlar a criatividade. É muito grave qualquer possibilidade de filtrar, reduzir, concentrar tráfego no mundo digital por parte das operadores de telecom. Nós temos que, na minha opinião, defender a neutralidade da rede, ser contra o Zero rating e defender a liberdade de criação.
Lucas Teles — A Wikipédia, como sabe, é uma rede aberta e a gente recebe boas contribuições em sua maioria. Entretanto, existe sempre aquela contribuição ruim e essa abertura acaba sendo espaço até pra alguns crimes cibernéticos, como pedofilia, homofobia, etc. Com relação ao anonimato na rede, como podemos trabalhar defendendo a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, defendendo os direitos das pessoas, responsabilizando essas pessoas que cometem crimes na internet? Como lidar com esse problema?
Sérgio Amadeu — A gente lida com ação coletiva e não quebrando o direito ao anonimato. Sem o anonimato numa rede cibernética, que é uma rede simultaneamente de comunicação e de controle, onde tudo que a gente faz deixa um registro, se a gente destruir o anonimato, nós vamos estar criando uma sociedade totalitária. A rua é perigosa em determinadas situações, mas nem por isso a gente vai impedir que as pessoas andem na rua nem vai exigir que as pessoas se identifiquem plenamente nas suas roupas pra andar na rua, como queria o filósofo Jeremy Bentham. Isso é um absurdo. Na Wikipédia, é até mais fácil do que na internet, porque tem muitos editores, muitos olhos. Toda vez que a gente pegar um equívoco, um erro, um crime, a gente pode rapidamente tentar encontrar o IP de onde veio, tentar passar os rastros digitais pra que os órgãos de reparo da justiça e reposição dos direitos violados entrem em operação. A gente não pode, em hipótese nenhuma, acabar com o anonimato. O anonimato é o que garante a democracia. Na hora da cabine de voto se você não for anônimo, você tá na mão de mil pressões, de mil opressões. Como é que a gente age? Age a "posteriori" e na Wikipédia é muito rápido.
Sem o anonimato numa rede cibernética, (...) nós vamos estar criando uma sociedade totalitária.
O cara por uma foto de interesse de um pedófilo é uma pornografia; é uma foto que dá pistas pra se agir sobre uma rede de pedófilos. Pistas que a gente não teria se não fosse a internet. O ato de pedofilia não existe na internet; pedofilia é um ato físico. Existe nas igrejas, nas famílias. Infelizmente, existe e é acobertado. Na internet, a gente tem a possibilidade de agir sobre isso. Não é porque existe a pedofilia, que existe o terrorismo que nós vamos aceitar que as liberdades e garantias fundamentais sejam destruídas. Se a gente perder o anonimato da rede, grandes corporações e órgãos de vigilância absurdamente conservadores e exagerados vão ter o controle cultural, político e social inaceitável. Isso vai desestimular o uso das redes como temos hoje. Eu chamo a atenção de todos pra dizer que internet está sob ataque no mundo inteiro. Em particular no Brasil. É um absurdo... as forças retrógradas nunca gostaram do compartilhamento do conhecimento, nunca gostaram da liberdade de expressão e nunca gostaram da liberdade de criação. Eles estão com vários projetos no Congresso Nacional pra colocar a internet sob o manto do autoritarismo.
Um dos projetos que mais me preocupam é aquele que diz que qualquer policial militar no Brasil terá acesso à comunicação de qualquer cidadão pra solucionar um crime. Você deve conhecer como agem as polícias militares. Eles já fazem essa ação ilegal. Eles não podem chegar para Wikipédia e falar: "Eu quero os registros de quem fez esse verbete". A Wikipédia vai solicitar uma ordem judicial, porque até então precisa de ordem judicial. Imagine o que ele vão fazer contra estudantes, contra mulheres vítimas de agressão que têm que ir pra casas de proteção de vítima. Com isso não estou dizendo que a justiça é uma maravilha, mas estou dizendo que a justiça só age com o devido processo legal. Vai poder ter registro, advogado e nós vamos ter mais garantias pra poder assegurar a democracia e assegurar nossas práticas do cotidiano. Eu convoco a todos da Wikipédia, a todos os leitores e organizadores, os formuladores de verbetes, editores a também ajudar nessa luta em defesa da internet livre.


Publicado originalmente no blog Wikimedia no Brasil (CC-BY).

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Novas datas/horários de oficinas

Bom dia! Seguem abaixo novas datas e horários para a realização de oficinas com wikipedistas voluntários. Por conta do cancelamento das aulas na semana passada, no contexto da greve estudantil, e do feriado desta quarta-feira, tenho -- e terão -- de adequar-se a uma programação menos ideal do que a que havia inicialmente sido proposta. Manteremos os prazos para a realização das tarefas 2 e 3, que contam para a nota deste bimestre.

Salas para as oficinas estão ainda sendo confirmadas.

Célio Costa Filho

8/9, quinta-feira (fora do horário de aula)
17:00-18:40 - introdução à edição na Wikipédia (sala 3.02 -- terceiro andar)

9/9, sexta-feira (horário de aula)
8:00-9:40 - introdução à edição na Wikipédia
9:50-11:30 - introdução à edição na Wikipédia

Rodrigo Argenton

15/9, quinta-feira (fora do horário de aula)
17:00-18:40 - oficina de introdução ao Commons e à fotografia de bens culturais (sala 3.02 -- terceiro andar)

16/9, sexta-feira (horário de aula)
8:00-9:40 - oficina de introdução ao Commons e à fotografia de bens culturais
9:50-11:30 - oficina de introdução ao Commons e à fotografia de bens culturais

sábado, 3 de setembro de 2016

Alguns estudantes que não completaram o cadastro na Wikipédia

Seguem alguns estudantes que ainda não completaram o cadastro no curso na Wikipédia e, por isso, ainda não têm um verbete designado.

Para corrigir a situação os estudantes abaixo precisam necessariamente entrar em contato comigo, pois inseri uma senha para cadastro no curso, para evitar que pessoas que não são parte de nosso trabalho se cadastrem. Dúvidas têm de ser tiradas na página de discussão do curso, aqui.

Quem vir isso, por favor, avise os estudantes mencionados abaixo.

Estudantes que estão cadastrados no curso, mas não aparecem no GoogleDoc
José Ádo 

Estudantes que aparecem no GoogleDoc, mas não se cadastraram no curso na Wikipédia

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Tarefa 3 do Projeto Wikipédia: carregar imagens do bem cultural tombado designado

Por favor, faça o login com seu nome de usuário, antes de editar na Wikimedia Commons no contexto de nosso curso. Seu nome de usuário e sua página de contribuições têm de estar salvos nos documentos disponíveis aqui, de acordo com sua turma. Nossa página na Wikipédia está aqui.

Instruções
Feito o preâmbulo -- esteja logad@! --, vamos seguir com nosso Projeto Wikipédia, agora com o carregamento de imagens do bem cultural que lhe foi designado. Quatro instruções antes de passar a tarefa:

1- Esteja logad@! É só quando você está com sua autenticação feita que consigo identificar sua contribuição.
2- Leia o material de introdução à Wikimedia Commons, disponível aqui, p. 28-29. Há uma explicação detalhada de como carregar imagens no repositório de mídias que alimenta a Wikipédia.
3- Procure fotos do bem cultural que lhe foi designado na própria Wikimedia Commons. Dê uma olhada na foto, na legenda, nas categorias. Aprenda.
4- A realização dessa tarefa equivale a no máximo dois pontos e meio dos cinco pontos totais que serão dados ao Projeto Wikipédia no terceiro bimestre. O prazo máximo para essa tarefa é, para quem está no noturno, 28 de setembro e, para quem está no diurno, 30 de setembro.

A Tarefa 3 consiste na realização de fotografias (ou vídeos) do bem cultural que lhe foi designado na página do curso, aqui, e carregá-las na mediateca Wikimedia Commons. As imagens precisam estar de acordo com as orientações do Commons.

O objetivo do carregamento é inserir imagens de relevância educacional, especificamente no sentido de ilustrar o verbete enciclopédico sobre o bem cultural que lhe foi designado. São importantes imagens de fachada, detalhes marcantes, características relevantes. Vejam, por exemplo, as imagens que ilustram os verbetes sobre a Pinacoteca do Estado de São PauloSantuário do Bom Jesus de Matosinhos, e também todas as imagens carregadas sobre cada um desses bens (PinacotecaSantuário).

Orientações no CommonsOs seguintes links podem facilitar o trabalho:
* Ótimas dicas publicadas pelo Célio Costa, voluntário online de nosso curso

* Página de ajuda na Wikimedia Commons
* Primeiros passos

Instruções detalhadas
Quando forem carregar suas imagens, tomem os seguintes cuidados:
* Esteja logad@!
* Só carreguem imagens que vocês mesmos tenham criado (quem quiser carregar imagens de outras fontes deve pedir ajuda na página de discussão do curso e ser orientado por um voluntário ou por mim. Isso deve ser feito com pelo menos uma semana de antecedência.)
* A licença recomendada é CC-BY-SA 4.0, a que é gerada automaticamente a partir da realização adequada do passo anterior. Isso estabelecerá uma licença livre sobre o conteúdo que você está carregando. 
* O título da imagem deve necessariamente descrever adequadamente o bem cultural. Os arquivos não podem ter títulos incompreensíveis. Se o bem que lhe foi designado chamar-se por exemplo Edifício Paris o título das fotos deve ser Edifício Paris 01, Edifício Paris 02... (Há uma opção que copia as informações que você insere na primeira imagem em todas as subsequentes.)
* A descrição da imagem deve ser completa, seguindo o seguinte exemplo (que deve ser adaptado, obviamente, a cada imagem): Face norte do Edifício Paris, em São Paulo (SP), Brasil; Fachada da Catedral da Sé, em São Paulo (SP), Brasil.
* A inserção de categorias é obrigatória. Necessariamente, tod@s @s alun@s devem inserir as seguintes categorias: Projeto Commons da Faculdade Cásper Líbero e o nome do bem cultural que lhe foi designado. (Verifique que já não há a categoria do bem cultural que lhe foi designado, fazendo uma busca na Wikimedia Commons. Se não houver, crie a categoria inexistente mesmo, que ou eu ou um voluntário fará a adequação às normas desse projeto.)

Recomendação
Se houver a possibilidade, entrem em contato com os responsáveis pelo bem cultural com o qual vão trabalhar. Isso lhe permitirá tirar fotografias de melhor qualidade e com mais relevância, por exemplo, sobre detalhes internos. Esse contato também será importante para a pesquisa sobre o bem cultural, na medida em que é provável que haja um arquivo ou um clipping mantido por esse responsável.

Expectativas e prazos
É esperado que cada verbete em que vocês trabalharão seja ilustrado com pelo menos 5 a 10 imagens relevantes para fins educacionais. Assim, a expectativa é que, a não ser em casos específicos, que devem ser conversados na página de discussão do curso, haja pelo menos 10 a 20 imagens de qualidade carregadas na Wikimedia Commons.
Serão consideradas imagens de qualidade aquelas que atendem os critérios técnicos e educacionais expostos na seção de "Orientações no Commons", acima. A avaliação levará em conta: a qualidade e a relevância da imagem carregada e a realização das instruções detalhadas (título, descrição, categorias...).
Essa etapa do Projeto Wikipédia equivale a 25% da nota bimestral.
O prazo máximo para a realização desse trabalho é dia 28/9 para o noturno e 30/9 para o diurno. Não serão considerados trabalhos atrasados, em hipótese alguma.

Inserção de link na tabela de controle
Seu link individual de contribuições na Wikimedia Commons deve ser carregado no respectivo documento de sua turma. O link de contribuições aparece no menu superior, na Wikimedia Commons, quando você está logad@. Verifique o link para sua turma, aqui.

Oficinas
Muitas das dúvidas que vocês provavelmente têm sobre a Wikimedia Commons e a produção de imagens com valor educacional serão sanadas nas oficinas realizadas pelo voluntário e fotógrafo sênior da Wikimedia Commons Rodrigo Tetsuo Argenton. A agenda de oficinas foi divulgada aqui.

Dúvidas
Todas as dúvidas devem ser tiradas na página de discussão do curso, aqui. Não deixem a realização dessa tarefa para a última hora, pois as dúvidas serão tiradas apenas quando houver tempo suficiente.